quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

GRANDES AMIGOS...


Turma de Mestrado em Linguagens e Saberes da Amazônia- Bragança(PA)
Como tenho aprendido ao lados de vcs, por conta disso, gostaria de prestar esta homenagem!

Obrigada meus amigos " orientadores".

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SEPARATISMO NO GRÃO-PARÁ: SIM OU NÃO

SEI QUE É UM TEXTO LONGO ( rsrsrs),mas não fique preoculpado, procure uma hora adequada e leia o texto, pois devemos acreditar no importante papel que temos, compartilho o texto do Prof. José Guilherme(UFPA) com o intuito de estamos discutindo em diversos espaços da sociedade. LEIA...

NORDESTINOS, SUDESTINOS E A AMAZÔNIA Em momento de iminente separatismo, com a possível aprovação do plebiscito sobre a divisão do Pará, originando mais dois estados – Carajás e Tapajós –, é oportuno tratarmos de questões afins ao pleito: migração, cultur...a e poder. Em matéria de O Liberal, datada de 23/05/2010, no caderno Poder, página 1, havia um estudo sobre a divisão territorial do Estado do Pará, realizado pela Unama, intitulado “Redivisão territorial no estado do Pará: motivações políticas e impactos sociais”, tendo à frente o Dr. em Ciência Política Carlos Augusto da Silva Souza. Ao que parece (não tive acesso ao estudo na íntegra, só o que o jornal publicou), esse importante estudo mostra que a extensão territorial não é motivo para o desenvolvimento das regiões pleiteantes ao separatismo, e que o movimento separatista é movido por questões políticas e não econômicas, levado a cabo pelos poderosos das regiões, que querem dominar para por em prática os interesses das elites. Só faço uma ressalva: as aparentes razões são de cunho político, mas elas são materializadas por práticas culturais, ou seja, há necessidade de se ouvir as populações qualitativamente, no sentido de perceber se elas se identificam como paraenses, ou amazônidas. Os dados numéricos são importantes, mas as práticas sociais e culturais merecem atenção, pois são elas que caracterizam um povo, e todo discurso separatista, ou seja, de cunho nacionalista, busca sustentação na adjetivação do popular, do povo. Pois o que está em jogo não é a mera questão territorial de um estado, mas o destino ambiental e cultural de uma região, a Amazônia. Enquanto professor que já atuou no Campus Universitário em Marabá, na área de Letras, pude observar que é pouco o conhecimento de autores da literatura produzida na região (por exemplo, Dalcídio Jurandir ou Max Martins), nem mesmo de compositores da música popular paraense, por exemplo. Falta de uma política cultural de produção e circulação de bens artísticos, que agora mostra seus resultados. Inclusive ouvi relato de um aluno de que algumas pessoas não se sentem moradores da Amazônia, e isso em Marabá: alguém, em sala de aula, se reportou a um conhecido que disse frase do tipo “lá na Amazônia”, como se Marabá não fosse Amazônia. A ausência de uma discussão mais verticalizada sobre a questão, que saia da mera reclamação “a capital não liga para nós do sul e do oeste do Pará”, pode nos dar tonalidades mais vivas e diversas da questão, ou seja, o que garante a legitimidade para que um povo, e não um segmento da classe dominante, queira adquirir um estatuto próprio de independentização de uma metrópole? Por certo seu sentido de identidade autônoma e patrimônio simbólico e cultural diverso da metrópole, unificado em torno de uma história comum, uma prática sócio-cultural comum e um projeto de futuro comum. Este passado, presente e futuro comum se aplica às duas regiões reclamantes? Afinal, elas representam regiões culturais distintas e com sólidas bases que garantam um sentido de povo? Ou o que existe é a manipulação de um discurso que separa não apenas territórios, mas quer separar toda uma cultura que representa uma região maior, a Amazônia? Não é minha intenção defender uma posição a favor ou contra, apenas instigar uma reflexão, que se encontra ausente, qual seja a de entender que uma “nação”, um estado, se faz de um povo, que mesmo que resguarde o hibridismo necessita de uma identidade raiz, pelo menos nesse momento, em que uma vanguarda projeta uma luta de independência em relação a uma “tradição”: existe esse sentido de povo, de identidade? A reflexão aqui é muito mais no sentido de elencar questões preparatórias para que se responda conscientemente, e não apenas levado por um romantismo pueril, mas que resguarda interesses, muitas vezes, chauvinistas. Que haja o separatismo, se assim do gosto popular o for, mas que as escolhas sejam conscientes. Então, vejamos alguns aspectos da discussão, a começar pelo sentido de migração. Não é de hoje que os povos estão em contato, com a migração constante de indivíduos e de grupos, sejam tocados por interesses econômicos, políticos ou passionais. Por sinal, esse movimento vem desde os mercadores europeus, que, na tentativa de encontrar um caminho mais fácil para o comércio entre oriente e Europa, promoveram a arrancada das Grandes Navegações. Não se nega a importância desse movimento migratório, pois uma nova configuração do mundo passa a ocorrer, com as trocas não apenas de mercadorias, mas as trocas culturais que originarão a transculturação, com a conseqüente produção de novas práticas. No entanto, em todo movimento migratório pode ocorrer entre estrangeiro e nativo um relação de empatia ou antipatia. No primeiro caso, há de certo modo uma maior interação entre os grupos, promovendo-se, com maior facilidade uma hibridização cultural. No segundo caso, a relação que se estabelece é de colonização, ou seja, muitas vezes o colonizador desconsidera o outro, o local, por uma questão de hierarquização histórica, que caracteriza o nativo como o selvagem, aquele que está à margem da sociedade civilizada. Neste caso, existem duas atitudes: ou ver o local como o “coitadinho”, com complacência, promovendo-se sua “catequização” ao novo modelo cultural que se instala, ou então demoniza-se o local e abre-se a temporada de caça aos valores do nativo. Na Amazônia esta prática foi e é constante, seja a demonização da terra – “quente, é um inferno, só muriçoca e pernilongo” – ou a demonização de seus habitantes, particularmente o caboclo e o ribeirinho, quando não generaliza-se como “o paraense”: feio, preguiçoso, festeiro, terecozeiro, incapaz de absorver os ensinamentos tecnológicos, lascivo. E para tanta balbúrdia na terra amazônida, eis que surge o redentor, o salvador, na figura de quem traz o progresso e a tecnologia para tirar os pobres da miséria. Será que isso ocorre nas frentes migratórias desse estado? Quem sustenta esses discursos? Como esses discursos afetam ou estimulam o separatismo? Quem é o pobre selvagem e quem é o rico colonizador? Esse nativo muitas vezes já é um migrante, amalgamado ao ambiente amazônico, e que por isso construiu uma nova cultura na região, misto de indígena e de seus valores de origem. Por isso é importante observar que o processo migratório na Amazônia foi conduzido em grande parte pelos nordestinos. Portanto, boa parte da atual configuração da cultura na região foi obra de seringueiros nordestinos que adentraram os mais distantes rincões. Só que o nordestino que veio para cá foi o empobrecido, com a esperança de enriquecer, mesmo para voltar à sua terra. E grande parte deles foi de maranhenses. Por sinal, a relação entre Pará e Maranhão é ancestral, como de dois irmãos. Daí que esse migrante, muitas vezes, se confunde com o próprio amazônida, numa relação de cumplicidade. E vale dizer que esse nordestino maranhense, além de mestiço e negro, em grande parte, é o empobrecido, mesmo miserável. Basta olhar para os dados recentes do IBGE, divulgados em 10/05/2011: o Maranhão é o estado mais miserável do Brasil, com 25% de sua população em miséria absoluta, vivendo com renda per capita de 70 reais por mês (1.691.183 habitantes). O estado do Pará, grande receptor de migrantes maranhenses, diga-se atualmente o sul e sudeste do estado, está em 4° lugar no ranking da pobreza extrema, com 18,9% de sua população miserável (1.432.188 habitantes). Mas se formos considerar dados absolutos, o Pará fica em terceiro lugar em quantidade de habitantes miseráveis. Ora, não é difícil imaginar que essa pobreza migra também, pela absoluta falta de oportunidade em seus estados de origem e muito mais no estado receptor, pela ausência de políticas públicas de acesso aos bens urbanos e a uma educação de fato. Mas não quer dizer que exista uma pobreza cultural, pelo contrário, para fazer face a toda uma ausência de cidadania, a participação desses segmentos ocorre pela cultura popular, em manifestações que garantem a sociabilidade e existência a essas populações. Só que ainda neste país, cor e acúmulo de capital estigmatizam, pois há uma estreita relação entre raças e classes sociais. Portanto, fica bem nítida a divisão classista no sul e sudeste do Pará, por alguns segmentos de poder, em que o migrante nordestino e maranhense é estigmatizado como o sujo, o feio, o pobre, o terecozeiro, numa total ausência do que seja a diversidade e a riqueza cultural, esta vista, em grande parte, como qualidade de migrantes do centro-sul, os “sudestinos”. É bem certo que a pobreza extrema leva a certa ausência de valores da cidadania, mas esses indivíduos merecem ser integrados a estes valores, não estigmatizados e marginalizados, mesmo excluídos, num discurso arianista, algumas vezes. Será que essa diversidade será minimizada ou ampliada, uma vez que devemos perguntar: quem serão os poderosos e dominantes nesses novos estados? Bem distinta é a caracterização de migrantes de outras regiões do Brasil. Sem querer generalizar, mas algumas vezes esse outro migrante vem com a aura do colonizador, pouco afeito aos padrões culturais locais e aos valores sociais aqui instalados. Isso provoca uma cisão, marcada pela visão clássica de naturalistas que estiveram na Amazônia desde o século XVII, quando estabeleceram a visão, ainda reinante entre alguns colonizadores e estrangeiros, de que a terra é boa e rica, hiperbólica em suas potencialidades (basta lembrar os números estratosféricos da produção mineral na região), mas quem emperra o desenvolvimento é seu povo, o caboclo e o índio, que precisa ser domesticado para produzir, pois é preguiçoso e indolente, só querendo a terrinha de produção de subsistencia, e o parco peixinho que pega na beira do rio. Por sinal, outra distinção é que este nativo não pensa em “desenvolver” a Amazônia (arre, visão desenvolvimentista!), pois quem mora na beira de rio, o ribeirinho, não tem ambições, somente aquele que se interna na mata, como o pioneiro, o desbravador, é quem realiza o desenvolvimento da Amazônia, como se desmatar e plantar capim e criar gado fosse uma atividade epopéica, numa clara alusão equivocada de que desenvolver é desmatar e abrir buracos em busca de riqueza mineral: e a sustentabilidade necessária ao mundo moderno? Já nos perguntamos quando o minério de Carajás acabar o que restará na região além de um grande buraco, como o foi em Serra Pelada? Ou só pensamos o mundo para nossa geração? Essa visão equivocada em relação à Amazônia se espraia até mesmo em ambientes acadêmicos, que deveriam professar muito mais a criticidade. Já tive oportunidade de ver companheiros professores, de alhures, bradarem pela retirada, dos currículos acadêmicos de Letras, de disciplinas que discutem a Amazônia em sua complexidade, justo em uma universidade multicampi como a UFPA. Disciplina como Literatura da Amazônia, talvez uma das únicas oportunidades para tratarmos de autores de expressão como Dalcídio Jurandir e Bruno de Menezes, ausentes do cânone literário nacional justamente por serem tratados como regionalistas, pensem, característica imposta pelo mercado editorial de outras regiões pela sua visão exótica em relação à Amazônia, não podem ser “deletada”, sob o risco de instituirmos uma miopia acerca dos diferentes lugares de enunciação sobre nossa realidade. Será que haverá uma política cultural em novos estados que garanta a circulação da diversidade cultural, uma vez que tudo indica a permanência e imposição de uma política “exoticista” aos nossos autores da localidade universal? Não resta dúvida que o centralismo histórico de Belém, em relação ao interior do estado, sempre rendeu discursos separatistas e votos, evidentemente. Mas muito dessa discussão nunca chegou aos meios populares, pois é uma discussão que se estabelece nos meios políticos, amparados pelos empresários, de um lado ou de outro. É muito sintomático que Bel Mesquita e Asdrubal Bentes, políticos vinculados ao PMDB, sejam favoráveis ao separatismo de Carajás, mesmo que seu partido seja base de sustentação do governo, tanto o de Simão Jatene quanto o de Dilma Houssef. Ao que parece, é uma querela pela divisão de rincões, a luta pelos seus latifúndios estatais, com finalidades econômicas e eleitorais. Muito significativa é a situação de Giovanni Queiroz, migrante mineiro, há quase vinte anos na Câmara Federal, que agora reclama da não verticalização da produção do minério pela Vale, mas que em todo esse tempo já deveria ter tomado uma atitude mais efetiva para conseguir tal empreitada, na condição de político representativo da região: será que agora ele irá conseguir seu pleito, depois da transformação em estado? Só terá força para tanto agora, depois que já foi sustentação de tantos governos do estado em outras legislaturas? Quem garante? Ele? E por que nada fez para que índices de pobreza do estado fossem minimizados nesses quase 20 anos de atividade política? O mais significativo é que, em grande parte, são os políticos e os empresários que se mobilizam em prol do movimento separatista, como noticiou o jornal Correio do Tocantins, em edição de 7 a 9 de maio de 2011 (página 1, caderno 5): deputados, vereadores, empresários e representantes da AMAT. Cadê o povo nessa mobilização? Mais uma vez fica evidente que não há discussão popular, dos movimentos sociais, das ong’s, das instituições educacionais e científicas da região. Será que o segmento do poder, político e econômico, é o único interessado e avalizado para tocar tal empreendimento? Não resta dúvida que os maiores interessados são os políticos, pois haverá maior concentração de recursos em suas mãos: mais duas assembléias, duas máquinas de governo, dois tribunais de contas, pelo menos. Mas o que me deixa mais preocupado, como alguém que investiga a região há pelo menos 17 anos, quando iniciei o mestrado, é a total ausência de discussão acerca da diversidade populacional, e por isso cultural, na região amazônica, o que afeta diretamente o modelo econômico e o ethos que se quer implementar, o que pode comprometer decididamente o futuro da região, pois a criação de novos estados não é uma mera manobra política, pode ser o estabelecimento definitivo da Amazônia que queremos, uma sustentável e viável ou uma exploratória e definitivamente sem futuro, unicamente nas mãos de interesses empresarias. E isso deve ser feito agora, em nossa Ágora cabocla, com participação popular verdadeiramente!

domingo, 17 de julho de 2011

NO VERÃO TODO MUNDO ESQUECE...

Julho chegou, que maravilha! Praia de Ajuruteua, balneário, sol, orla de Bragança... Diversas são as formas de diversão nesse mês de Julho, na cidade de Bragança no Pará. Mas, os bragantinos esquecem (pelos menos nesse mês) do problema que nas épocas de inverno atingem a cidade de Bragança. Muitos “bragantinos” pensam assim: “Ah, mais na minha casa a água não chega, porque devo me preocupar?”. Na verdade, pensamentos desse tipo revelam a falta de atitude da sociedade em meio à um problema global e local que atinge a todos nós, mesmo que muitos não reconheçam. Para você que está curtindo a praia, passeando, aproveitando suas férias (direito de todos, claro) só quero que você pare, pelo menos por alguns segundos, e aprecie esse ponto turístico de sua cidade:



Avenida Marechal Floriano Peixoto- Centro- Ano: 2010



Travessa Domingos Sousa Ano: 2009


INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E SABEDORIA, SIGNIFICAM A MESMA COISA?


“É bastante comum escutarmos as frases: “Vivemos no mundo das informações”, “O século 21 é o século das informações”, “ A sociedade do conhecimento” . Durante nosso dia-a-dia, somos “bombardeados” por diversas INFORMAÇÕES sobre os mais diversos assuntos, todavia, não fazemos o tratamento dessas informações para que elas se transformem em conhecimento. Na realidade, quando não fazemos isso, ficamos parecidos com um computador que armazena informações em seus “bando de dados”, todavia, não produz conhecimento. Sendo assim, o CONHECIMENTO nada mais é que, esse trato de informações. A seleção delas, verificar quais são mais importantes, relacioná-las, enfim, todo um trabalho de manipulação de informações.

E a SABEDORIA? Podemos afirmar que todos que transformam informações em conhecimento, produzem sabedoria? Não! Pode até ser que sabedoria, seja um estágio mais elevado de conhecimento, mas, ela parece ser mais um jeito de viver. Ela é maior, mais intensa, mais essencial, a sabedoria não se reduz a um conjunto de conhecimento. Para encerrar essa reflexão de Ceiça Almeida em Natureza me disse que reescrevo para vocês leitores, cito a frase de Edgar Morin: “é melhor ter uma cabeça bem-feita do que cheia de informações. Pense nisso!

domingo, 19 de junho de 2011

BOAS VINDAS AOS LEITORES!

SEJAM BEM VINDOS MORADORES DA AMAZÔNIA! Pensar a cultura e a manifestação do " outro" são atitudes importantes para os estudos culturais. Nesse sentido, convido você para olhar a Amazônia e perceber saberes e formas diversas dentro deste espaço. Sendo assim, este blog foi criado com a intenção de divulgar recentes trabalhos, pesquisas e ideias com a temática das LETRAS, CULTURAS E DISCURSOS DA AMAZÔNIA. Se você tiver alguma sugestão, comentário, crítica e/ou notícias encaminhe para o email: wannacelli@yahoo.com.br. Gostaria também de agradecer a Carlena de Kássia pela edição da foto que serve de ilustração principal deste blog! OBRIGADA!